quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Não às drogas!!!

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO



(Resposta à manifestação do Ministro do Meio Ambiente quando da passeata pela liberação da maconha no Estado do Rio de Janeiro)


Na noite de sábado (16/05) um dos blocos de um telejornal mostrou passeata para a liberação da maconha no Rio de Janeiro; este ato foi também reprisado em Porto Alegre na mesma data. O jornal televisivo mostrou, na passeata do Rio de Janeiro, a participação do Ministro do Meio Ambiente, Sr. Carlos Minc, que, ao final do evento, fez acalorado discurso finalizando com a seguinte frase: “As operações policiais no combate ao tráfico matam mais do que as overdoses... Vamos parar com esta hipocrisia.”


É estarrecedor ouvir de uma autoridade um discurso ignorante e manipulador como este, quando são públicos e notários tanto os fatos como as estatísticas oficiais mostrando que não é só “overdose de drogas” que mata. É em conseqüência do “uso geral de drogas lícitas e ilícitas” que muitas vidas são ceifadas, e não apenas de jovens, mas também de crianças e pessoas maduras, incluindo aí vítimas que não eram usuárias de drogas. O número de mortes por overdose é inexpressivo diante das outras causas de morte ligadas às drogas, tais como acidentes pessoais e de trânsito, brigas e assassinatos, disputas das gangs de traficantes e ações das gangs de outros crimes. Presenciamos na mídia o drama de milhares de familiares de adictos sendo agredidas, e assassinadas por dependentes químicos, a fim de obter dinheiro para adquirir a droga; pais que acorrentam os filhos para poderem viver um pouco em paz; pais que chegam a matar os próprios filhos pelo desespero que sofrem - casos muito recentes aconteceram em nossa cidade (Porto Alegre-RS); famílias sendo ameaçadas pelos traficantes para obterem o pagamento das drogas que vendem; bens familiares sendo saqueados e vendidos para conseguirem dinheiro para a aquisição de drogas; as próprias roupas sendo vendidas; estudo e trabalho acabam sendo muito prejudicados e, não raras vezes, abandonados pelos jovens que sofrem de dependência química.


O tratamento da dependência química é fato possível e observável. O tratamento da quimio-dependência implica mudança de comportamento; existem instituições que se ocupam da toxicomania e que têm produzido resultados expressivos no tratamento da dependência química. Será que o Ministro sabia disso ao fazer a declaração que o combate às drogas mata mais do que a overdose? Terá o Sr.Carlos Minc alguma vez perguntado às famílias dos dependentes químicos se elas acham hipocrisia o combate ao uso de drogas ou se a vida dessas famílias é um mar de rosas tendo um membro sofrendo de drogadição? Tem informação dos números que mostram o crescimento da percentagem de jovens envolvidos com as drogas, notadamente com o crack nos últimos tempos? Consultou o Poder Judiciário ou a Polícia em relação ao problema que afeta tantos jovens e que tem destruído tantas famílias e tantas vidas? Será que juízes e policiais também consideram “hipocrisia” o combate ao narcotráfico?


Francamente, é triste o país que tem uma “autoridade” com este perfil.


Hoje está provado cientificamente que o usuário é um doente; doença esta que tem tratamento. O individuo pode e tem condições de viver em abstinência.


Acreditando nisso, fazemos parte de um programa chamado Amor-Exigente, introduzido no Brasil pelo Padre Haroldo J. Rahm S.J., que mostra como corrigir o que não está bem na família e na vida de muitos jovens. É, principalmente, um programa de prevenção, mas também age sobre a recuperação. O lema do Amor-Exigente é: “EU O AMO, MAS NÃO ACEITO O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO DE ERRADO.”


Precisamos de pais e educadores que se disponham prevenir e combater esse mal social. Pais que eduquem e acreditem no poder que têm de educar e mostrar soluções e caminhos saudáveis às nossas crianças e jovens. Mas precisamos de autoridades efetivamente bem informadas e engajadas na busca de soluções para este gravíssimo problema; sabemos que, de modo geral, o álcool e a maconha são as portas de entrada para as drogas mais pesadas. Vamos partir para ações preventivas concretas, na família e na escola. Não precisamos de manifestações como esta, cujo propósito, francamente, desconhecemos. Crianças e jovens não precisam só de amigos, mas de adultos esclarecidos que dialoguem, saibam cuidar, saibam dizer NÃO sempre que necessário, saibam dizer SIM sempre que possível e sejam exemplos de bom caráter e de bom comportamento. Educar para a liberdade com limites, além de ser um gesto responsável, será um gesto de AMOR. Precisamos de AUTORIDADES no sentido verdadeiro, isto é, que saibam se esclarecer para avaliar, e que não se precipitem em fazer declarações inconseqüentes como fez o referido Ministro. Declarações como esta envergonham um povo e uma nação.


A família brasileira merece respeito, principalmente aquelas que sofrem com familiares dependentes de drogas.


Todo mundo “pensa” em deixar um planeta melhor para seus filhos... Quando é que “pensarão” em deixar filhos melhores para o nosso planeta?


Pelo bem deste país, digamos NÃO ÀS DROGAS E SIM À SOBRIEDADE COM QUALIDADE DE VIDA.









Flávio Antônio Cauduro – Coordenador do Grupo Paz

Claudio N. Lugo – Diretor da APAEX

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